domingo, 5 de junho de 2011

O antagonismo Entre o Modo de Produção Capitalista e a Questão Sócio-Ambiental Parte III

Capitalismo e Questão Social

Hoje quatro bilhões dos quase sete bilhões de seres humanos que habitam o planeta vivem abaixo da linha da pobreza, ou seja, recebem menos 2,00 dólares por dia 60,00 dólares por mês. E desses quatro bilhões, 1,4 bilhões vivem abaixo da linha da miséria que tecnicamente significa a renda de um dólar por dia ou 30,00 dólares por mês.  
De cada três pessoas que nascem viva, duas estão abaixo da linha da pobreza. Como nos assevera Leonardo Boff:

“O ser mais ameaçado da natureza hoje é o pobre. Setenta e nove por cento da Humanidade vive no grande sul pobre; 1,4 bilhões de pessoas vivem em estado de pobreza absoluta; 3,5 em (sobre 6,5) bilhões têm alimentação insuficiente; 60 milhões morrem anualmente de fome e 14 milhões de jovens abaixo de 15 anos morrem anualmente em conseqüência das doenças da fome. Face a esse drama, a solidariedade entre os humanos é praticamente inexistente”. (Boff, 2009)    

Os outros restantes da humanidade são meros premiados pela loteria biológica, pois ninguém escolheu a família que nasceu. E isso não é um privilégio, mas uma dívida social.
O capitalismo fracassou para dois terços da humanidade e tem ampliado esse fracasso. A pobreza e a desigualdade são produtos desta forma de produção do modo civilizatório capitalista. Pois nós temos os meios econômicos e tecnológicos de erradicar a pobreza.
O sistema vigente criou desumanos sofrimentos e gritantes desigualdades. Tem como pilar um individualismo exacerbado, e demonstrou-se incapaz de assegurar o bem estar social da humanidade.
Os avanços da ciência e tecnologia são reais, porém seletivos, não são pra todos nem estão acessível a todos. Pesquisadores gastam fortunas em pesquisa que muita das vezes não dá em nada, ou seja, é uma esdrúxula ideologia de que só se investem naquilo que produz lucro. “Por isso quase não se investe no social. E quando o poder público põe dinheiro na questão social se chama de gasto e nunca de investimento, por isso que se dá esmola para os pobres. E não criam condições para que eles possam se emancipar da miséria e da pobreza”. (Libâneo, 2008)
O capitalismo é um sistema perverso e hipócrita, pois tem alegado há muito tempo não possuir recursos para garantir educação, saúde e mitigação da miséria e fome mundial. Mas gastam bilhões de dólares financiando conflitos e guerras e com a industrial de armamentos.
O exemplo de tamanho desrespeito a humanidade foi à crise do sistema financeiro internacional em 2008, que fez os Estados Unidos mobilizar três trilhões de dólares para socorrer bancos, corretoras e montadoras.
“Um sistema que desconhece o amor, a caridade, e a compaixão e que se fez cego e surdo ao apelo dos necessitados. (Boff, 2009b)   

1.3 Desemprego

Os problemas do capitalismo são visíveis quando o tema é desemprego, pois o mundo atingiu um nível muito alto de desemprego, segundo geógrafos e historiadores fato que só havia acontecido, em proporções similares, após a quebra da bolsa de Nova Iorque em 1929.
“Segundo os órgãos internacionais, existem hoje, aproximadamente, 850 milhões de pessoas desempregadas, algumas profissões foram superadas outras extintas, o crescimento constante de tecnologias provocam alterações no mercado de trabalho em todo o mundo”.[1]
Herança da revolução industrial inglesa, as máquinas hoje ao mesmo tempo em que geram benefícios, agilizam o tempo e são imprescindíveis a vida humana, por outro lado criam milhares de desempregados, pois os homens são substituídos pelas mesmas.
Esse fenômeno de maquinários moderno é percebível até mesmo em países em desenvolvimento, pois muitas fábricas e industriais estão se modernizando em tais países para concorrerem num mercado cada dia mais competitivo, assim sendo, eles aumentam sua qualidade e rapidez no processo de fabricação.
Nessa dinâmica e avanço tecnológico milhares de postos de emprego estão expostos ao risco de desaparecimento. Quem não acompanhar essa evolução ficara a margem, porém para acompanharmos temos que ter condições financeiras para tanto, com isso um exército crescente de miseráveis aumenta a cada dia, pois não conseguem se inserir nesse contexto perverso e desumano.
Cabem as nossas autoridades ter vontade política para encontrar as soluções para equacionar esse problema. Aliar tecnologia e empregabilidade, pois é através do seu trabalho que os seres humanos tiram seu sustento e sustentam seus entes queridos, pois sem trabalho e conseqüentemente renda estará pondo em risco sua existência. 


[1] Fonte: Almanaque Abril, 2010.

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